A tão sonhada paz no campo está longe de acontecer, pelo menos na visão dos ruralistas. O presidente que representa a classe, Luiz Antonio Nabhan, diz que a lei sancionada nesta quinta-feira por Alckmin "não resolve o conflito fundiário" e as invasões de terra vão continuar.
Segundo ele, enquanto não for regularizada toda área considerada devoluta, as ações do MST não cessarão.
A contar pelas declarações de Nabhan, então o que assistimos nesta quinta em Venceslau, com a presença do nosso ilustre governador, foi uma encenação, ou melhor, um ato politico em tempos eleitorais?
Quando Paulo Egydio Martins comandou São Paulo, no final dos anos 70, foi dada oportunidade para regularização fundiária em áreas do Pontal. No entanto, a iniciativa não contou com adesão da maioria. O tempo passou, o MST surgiu, as invasões começaram e agora a necessidade de legalizar as áreas se tornou bandeira contumaz dos ruralistas.
Foi dito e repetido exaustivamente nesta quinta-feira que a legalização vai trazer segurança jurídica para o produtor. Ora, essa afirmação parece soar discurso de palanque. Como poderá isso ocorrer, se ainda há ações discriminatórias na justiça questionando se as terras são mesmo devolutas?
De tudo que vi e ouvi hoje, concluo que os políticos continuam prometendo, fazendo leis inócuas e passageiras, de modo que estamos muito longe de resolver um problema que parece ter dois pesos e duas medidas.
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