segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Analisando o desempenho de Denise

A votação recebida por Denise Erbella nessas eleições precisa ser analisada por alguns prismas.
O primeiro diz respeito a seu partido, o PT, que historicamente tem desempenho pífio na região quando se trata de eleger representantes locais, estaduais e nacionais. Osvaldo Melo, depois de uma administração bem avaliada e que em 13 dias elegeu seu sucessor, alcançou pouco mais de 13 mil votos quando se candidatou a deputado estadual em 2006. Nesta mesma eleição, o prudentino e professor da Unesp Everaldo Melazzo, candidato a federal, também foi mal-votado. Agora é Denise Erbella quem paga o preço da desmobilização e falta de unidade do partido de Lula na região de Prudente.
O segundo fator teve respingo em Denise por ser ela do PT, e nessa eleições se acentuou em razão da onda de boataria que atingiu a candidatura Dilma em relação ao abordo e uma frase atribuída a ela de que "nem Jesus Cristo tiraria sua eleição", assuntos explorados a exaustão na Internet. O anti-petismo exacerbado por setores da comunidade venceslauense também foi implacável contra a candidata.
O terceiro diz respeito às cobranças da população em relação a administração pública de Venceslau e o fato dela ser irmã do mandatário municipal. O descontentamento prematuro em relação às promessas de campanha ainda não realizadas gerou desconfiança e respingou em Denise.
O quarto e, talvez, decisivo foi a presença de dois candidatos fortes em Venceslau com campanhas antecipadas por já exercerem o mandato no parlamento paulista. Olímpio e Bragato, os dois mais votados na cidade, já tinham a campanha praticamente delineada e, de última hora, no caso de Bragato, recebeu reforço de dois ex-prefeitos, apoiado ainda por três vereadores venceslaeunses.
Alguns atribuem a baixa votação a atuação de Denise como vereadora. Sustentam que ela deveria ser mais combativa por seu partido ser oposição ao prefeito. Neste prisma, discordo, pois considero que Denise tem feito uma legislatura propositiva, sem ranço e responsável. Seria leviana da parte dela se contrapor aos interesses da coletividade, até porque a administração municipal, em que pese alguns problemas de ordem administrativa, tem se esforçado para atender a demanda com os parcos recursos que dispõe para investimento.
Denise recebeu pouco mais de 10 mil votos em todo o Estado. Parece ser um número baixo, considerando que os eleitos alcançaram, na média, 70 mil votos. O que precisa ficar claro é que Venceslau, por sí só, jamais conseguirá eleger um deputado. Para alcançar este objetivo, muito mais do que a maioria dos votos de todos os venceslauenses, será preciso que uma reforma política, com a implantação do voto distrital, ocorra. Aí sim, com igualdade de condições e num universo plausível de atuação, com trabalho e trato político, será possível termos um representante.
É bom lembrar que Bragato está na pólítica há mais de 30 anos, está indo para seu oitavo mandato. O Major Olímpio, apesar de venceslauense, tem seu domicílio eleitoral em São Paulo e atuação destacada em defesa da classe do policial militar e servidores públicos estaduais.
Considero que Denise combateu um bom combate, foi leal, lutadora, expressou suas idéias, mostrou garra e, por certo, vai colher em futuro breve os frutos do seu trabalho.

4 comentários:

  1. tenho comigo que frases intelectualizadas sem moral objetivas não contrapõem as idéias que tentaram
    estamos na era da informação o que você fez ontem ja estava rolando antes de você ter agido
    o que faltou para Denize Erbella se eleger foram pessoas do proprio partido apoiarem muito tarde sua candidatura e por consequencia seus votos, e a falta de interesse de "poucas pessoas mais bem posicionada no partido" tenham prejudicado
    mais um bom militante nunca acaba suta luta...

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  2. Infelizmente, Denise não se elegeu. Pena! Partidos políticos à parte, os venceslauenses deveriam tê-la escolhido, pois muito ela faria em prol dessa cidade e seu povo. Que fique a lição: terra da gente, candidato(a) da gente! Repensemos isso nas próximas eleições.

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  3. Mandou bem Denise!
    Jamil parabéns pela analise. Assino em baixo.
    Abraços!

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  4. Foram votados em Presidente Venceslau 311 candidatos à Câmara Federal e 273 à Assembléia Legislativa. Retirando-se os dados aos poucos candidatos regionais, para quem foram esses votos? Certamente, para parentes, amigos, jogadores de futebol, artistas, pessoas que mantém assalariados no município como assessores e até, e muitos, para um palhaço. Alguém pode culpar esses eleitores? Claro que não! Estado de Direito se assenta na lei e a regra do jogo permite essa prática. O que adianta a OAB ficar pedindo para que o voto seja dado a candidatos da região se é mais fácil votar no parente ou no amigo distante para depois cobrar: “olha você teve aqui seis votos, foram da minha família, não se esqueça disso, hein!”. Talvez, a eleição distrital resolvesse essa questão, mas os deputados reiteradamente eleitos querem saber disso? Não é um bom tema para discussão? Bertolt Brecht ensinou: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”. Você, por acaso, conhece a formação desses políticos que as pessoas acima numeradas pediram para que você neles votasse?
    Um jovem interessado na ciência política.

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