O buraco da Raposo

Havia um buraco no meu caminho.
No meu caminho havia um buraco.
Pois é. Somos felizardos em morar no Pontal.
Temos sempre um buraco no caminho.
É o buraco do desemprego.
É o buraco da falta de investimento.
É o buraco dos conflitos de terra.
É o buraco do excesso de presídios.
É o buraco da falta de representatividade política.
É o buraco das praças da pedágio.
E, agora, o buraco da Raposo.
Nossos estudantes, viajantes, doentes, nossa gente, tendo que fazer desvio, ou por terra ou por uma distância que dá duas idas a Prudente.
Enfim, pagamos o preço de viver na região mais abandonada do Estado.
No próximo ano, com certeza, os políticos vão aparecer, de paraqueda, de helicóptero, de caravana, pedindo o nosso voto.
Ai, vão oferecer soluções para tudo, investimentos, verbas, promessas...promessas...
Esse filme já assistimos várias vezes. Mas, sempre há aqueles que gostam do repeteco e pedem a reprise.
Infelizmente!!!

Informação e comunicação

As pessoas confudem com frequência o sentido das palavras "comunicação" e "informação".
Nem sempre comunicação significa informação. O ato de se comunicar é um canal entre emissor e receptor. Consolida-se quando não há ruídos durante o processo.
A informação é consequência da comunicação. Porém, nem sempre tudo que se comunica contém informação.
Exemplo: qual o grau de informação que se registra num programa de auditório como o que se vê comumente na rede aberta de TV? Com certeza há muita comunicação e pouca informação.
Por outro lado, há que se tomar cuidado com o excesso de informação e falta de comunicação.
O ideal é que se tenha as duas coisas de forma equilibrada, sem excessos.
A Internet tem sido um grande canal de comunicação. Blogs, microblogs, sites, enfim, muitas ferramentas "on line" estão cada vez mais presentes na vida das pessoas.
No entanto, como as demais mídias, tem-se valido de alguns excessos.
Contudo, é preciso filtrar o que realmente tem conteúdo e utilidade do que é fútil e supérfluo.

O poder da palavra

Nada é mais forte do que a palavra escrita. Fica registrada para posteridade.
Uma imagem vale muito mais que mil palavras, assim aprendemos.
Porém, uma palavra pode modificar o mundo.
A imagem é fato, a palavra transforma.
O pensamento é a palavra antes de ser dita.
A palavra é a expressão do pensamento.
Às vezes não há palavras que possam expressar o que se pensa.
Mas sempre haverá palavras para explicar o pensamento.
Assim é a vida.
O poder das palavras nos conduz ao imaginário, ao lúdico, ao sentimento, ao nosso habitat natural, com substantivos e adjetivos, preponderando a expressão do nosso ser e do nosso caráter.

CPI da CDHU

Tenho acompanhado os depoimentos na CPI que apura fraudes nas licitações para construção de conjuntos habitacionais pela CDHU na região de Prudente, com a descoberta da 'máfia das casinhas', em 2007.
A Assembleia Legislativa, da forma como vem apurando o assunto, dá entender que não vai chegar a lugar algum. Espero que eu possa estar equivocado.
Os ex-prefeitos que já foram inquiridos pela comissão, inclusive Ângelo Malacrida, disseram que as prefeituras não tinham muito o que fazer, uma vez que a regional da CDHU já tinha esquema pronto para que as empresas envolvidas ganhassem as licitações.
Diante desta afirmação, os membros da comissão deveriam voltar os olhos para as pessoas que estiveram atuando junto à estatal, colocando frente a frente as empresas envolvidas, os executivos que prestaram ou prestam serviços para companhia.
Não se esqueçamos do esquema já propalado pela imprensa sobre um ex-dirigente da CDHU durante a gestão Mário Covas, com envolvimento de superfaturamento na compra de terrenos para construção de casas populares.
Mas o que me chamou atenção foi a atuação do Ministério Público nesta questão, colocando em dúvida a idoneidade de agentes políticos que, ao meu ver, foram vítimas de um esquema que nasceu dentro da CDHU.
Em Venceslau, por exemplo, foi criada uma CEI para apurar o envolvimento do ex-prefeito Malacrida, acusado de ter recebido R$ 6 mil da FT Construtura, fato, que após ser apurado, provou-se não ser verdadeiro, conforme declarações de ex-funcionários da empresa.
Fica claro que se os membros da CPI na Assembleia Legislativa quiserem chegar ao fio da meada terão que convocar os articuladores do esquema de fraude, que passam não somente pelas empresas envolvidas, mas, principalmente, por ex-funcionários da estatal, sem a qual as fraudes não teriam tido êxito.

Por que não investir em moradias?

A escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016, se por um lado resultará em melhorar a infra-estrutura, por outro deixa um questionamento.
Vendo neste domingo (11) as cenas de um incêndio numa favela de São Paulo, pergunto: não seria mais correto aplicar o dinheiro que se gastará para realizar a Copa do Mundo e as Olímpiadas para construção de moradias seguras, evitando-se que novas tragédias ocorram?
No Rio, há muitas favelas e casas construídas em morros e áreas de risco. Por que os governantes não investem em moradia digna? Por que expor pessoas desprotegidas de melhor sorte?
O governo Lula implantou muitos avanços sociais, mas entendo que o "Programa Minha Casa, Minha Vida", criado para resolver o déficit habitacional, ainda não saiu do papel. As dificuldades para obtenção de financiamento ainda permeiam junto às instituições financeiras.
O governo, ao invés de abrir linhas de crédito que às vezes acabam se tornando inacessíveis por conta da burocracia, deveria implantar um grande mutirão no país para construção de casas populares, tornando digna a vida de centenas de milhares de famílias.
O Brasil deu um salto como economia mundial, mas ainda é incipiente em muitas coisas básicas, como Educação, moradia, transporte, segurança e infra-estrutura.

Emilson e a Faive

Os jornais locais anunciam neste domingo (04) a saída de Emilson Soriano da presidência da comissão que organiza a Faive (Feira Agropecuária e Industrial de Presidente Venceslau).
Alegando que vai se dedicar mais à família e que já deu sua cota de contribuição à feira, Emilson deixa a presidência após comandar nove edições do evento.
A verdade é que Emilson foi "o divisor das águas" para a feira.
Antes dele, com exceções, a feira vivia num emaranhado de problemas, desconfianças, cheques da Prefeitura "voando" e sendo motivo até de "acerto de contas", além de prejuízos bancados pela municipalidade.
A feira estava desacreditada e Emilson foi chamado "às pressas" para organizar o evento em menos de 45 dias. Desde então, a festa mais tradicional da cidade só cresceu e ganhou respeito, notoriedade e é considerada hoje uma das mais importantes do Estado.
É verdade que Emilson não fez nada sozinho, sempre contou com uma equipe de abnegados e desprendida de qualquer interesse pessoal. No entanto, comandou e foi decisivo para que a festa se tornasse hoje um grande feira.
É preciso também ressaltar a atuação dos prefeitos Osvaldo Melo e Malacrida, que sempre apoiaram e não interferiram no trabalho de Emilson e demais membros da comissão.
Sobre o futuro da feira, fazer qualquer prognóstico neste momento é inoportuno. No entanto, as condições foram criadas para que a feira continue sendo sucesso.

Rio 2016 - vitória de Lula

É inegável que o apoio de Lula para realização da Olimpíada no Rio foi decisivo para escolha da cidade-sede.
O presidente brasileiro mostra a todos os seus opositores que, acima dos interesses políticos, está a soberania do país.
O Brasil, em tempo algum, galgou tão importante papel no cenário mundial.
Está prestes a ingressar entre as cinco principais economias do mundo.
Deixou de ser o país do futuro para ser o país das realizações, o que faz aumentar a auto-estima de todos nós brasileiros.
Criticam-se o legado do PAN e os gastos para organizar a Olimpíada. No entanto, ignoram que o Brasil vai dar um salto e lucrará com a Olimpíada, através do turismo, construção civil, que gerará milhares de empregos e melhorias na infra-estrutura, e melhoria na segurança da cidade que é considerada hoje uma das "maravilhas" do mundo.
A escolha do Brasil para sediar a Olimpíada de 2016 é também reflexo da política adotada pelo presidente Lula em relação à economia e ao papel que o país representa hoje para as relações com outros continentes e outras nações.
Lula tinha que chorar mesmo, após a anúncio que confirmou o Rio como a "capital do mundo" em 2016. Ele sabe o quão representa esta escolha.

Escolha de Toffoli

Após passar por sabatina no senado, José Antonio Dias Toffoli foi aprovado nesta quarta-feira (30) para ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal.
Quando o presidente Lula o indicou para o STF, li muitos comentários criticando o fato de um advogado, de apenas 41 anos, que não conseguiu passar em dois concursos para a Magistratura, sem qualquer obra publicada, entre outras coisas, vir a assumir uma cadeira no STF.
Relacionaram a indicação ao fato de Toffoli ter sido advogado do PT, sendo apadrinhado pelo presidente Lula.
Pois bem, durante a sabatina, o Brasil e todos os críticos de Toffoli puderam conferir o quão errado estavam a respeito de sua capacidade jurídica.
Toffoli foi elogiado pelo maior oposionista do governo Lula, o senador Arthur Virgílio, do PSDB, por sua sapiência jurídica e, principalmente, conduta ética.
No Brasil, muitos preferem valorizar títulos, diplomas, obras publicadas etc, como se fossem essenciais e condição para assumir posições.
Sem desmerecer que as tem, entendo que o prejulgamento é condenável.
Tenho convicção que Toffoli, mesmo sem títulos e obras publicadas, será um grande ministro do STF. Afinal, aos 41 anos, teve atuação destacada como Advogado-Geral da União, ganhando respeito e admiração de todos.