Vi a seleção de 70, com Pelé, Jairzinho, Tostão, Gerson e cia jogar e ganhar a terceira Copa do Mundo para o Brasil.
Quatro anos depois, Zagallo montou uma seleção com jogadores sem muita qualidade técnica, perdemos da Holanda e ainda assim ficamos em 4º lugar, sendo derrotados para a Polônia.
Em 78, na Argentina, a seleção de Cláudio Coutinho mostrou um futebol mais competitivo e foi a campeã moral. Saiu da competição sem perder, mas foi prejudicada pelos peruanos que entregaram o jogo para Argentina, que ganhou a Copa sem bater o Brasil.
Em 82, a seleção de Telê, que encantou o mundo com um time de astros (Zico, Sócrates, Falcão etc), foi a que melhor vi jogar. Foi a maior injustiça de todas as copas, pois a Itália praticava um futebol feio, mas de muita marcação, tinha um jogador oportunista (Paulo Rossi) e jogava com muita força na defesa.
Em 90, vimos o fiasco da seleção de Lazaroni, um time que tinha como virtude uma marcação ao estilo europeia, mas que sucumbiu diante da Argentina (campeã) e foi eliminada nas oitavas.
Em 94, com um futebol chato, pragmático, e tendo apenas Romário como diferencial, ganhamos nossa quarta Copa do Mundo nos EUA sob um calor acima 35 graus.
Em 98, Zagallo dirigiu o time na França numa seleção que tinha em Ronaldo Fenônemo a sua maior esperança. O time não era brilhante, mas conseguiu chegar à final e foi derrotado pelo futebol de Zidane e cia.
Em 2002, no Japão e Coréia, Ronaldo se redimiu e, junto com Rivaldo, foi o grande destaque do esquema armado por Felipão. Não foi um futebol encantador, em hipótese alguma.
Em 2006, pela qualidade dos jogadores brasileiros, tínhamos a melhor seleção no papel, com estrelas do futebol mundial (Ronaldo, Ronaldinho, Robinho, Roberto Carlos etc), mas Parreira não conseguiu controlar os jogadores fora de campo e o time apenas passeou na Alemanha, sendo eliminado nas quartas pela França.
Na última Copa (2010), disputada na África do Sul, Dunga conseguiu eliminar os problemas extra-campo, montou um time que privilegiava a marcação e a velocidade nos contra-ataques, principalmente com Robinho. No jogo contra a Holanda, com ausência de Elano, o esquema implantado por Dunga não funcionou e o time foi surpreendido, saindo da competição.
Para 2014, a esperança vem de um menino que nasceu na Vila Belmiro. O Brasil ocupa hoje a 11ª posição do ranking mundial da Fifa. O técnico Mano Menezes não conseguiu dar padrão e tampouco definir o grupo. Vai aproveitar as Olimpíadas de Londres para formar a seleção que disputará a Copa que vamos sediar.
A contar pelo futebol que se tem praticado no Brasil, agora simbolizado pelo Corinthians campeão pela primeira vez da Libertadores, não vejo muita esperança de vitória. Neymar, Ganso, Oscar, Tiago Silva, os mais destacados, terão que provar que podem fazer a diferença.
A verdade é que o futebol praticado hoje está chato de se ver. Muita marcação, poucas jogadas de efeito, jogadores medianos, táticas defensivistas, o futebol de resultado que, alias, assistimos ontem no Pacaembu. Dois times que só marcam e jogam no erro do adversário, esperando uma bola espirrada ou um contra-ataque para definir a partida.
Quem viu Pelé, Garrincha, Zico, Sócrates não pode se conformar com isso.
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