"Caminho das Índias", "Caras e Bocas" ou qualquer novela global, por certo, não se compararia em dramaticidade ao que assistimos nesta quinta-feira na TV Senado, com mais um capítulo protagonizado pelos nossos éticos senadores da República.
Dias Gomes e Janete Clair estão se remexendo no túmulo, com todo respeito a esses dois novelistas que o Brasil aprendeu a amar.
Mas, sinceramente, a cena protagonizada pelos senhores senadores Renan Calheiros e Tasso Jereissati merece registro.
"Cangaceiro de terceira categoria", "coronel de nada", termos utilizados por eles na fervorosa discussão de quinta, retrata o que pensam os nossos políticos, com raríssimas exceções.
Termos chulos, visões caóticas, vocabulário de Excelências, pasmem, triste Brasil, mal representado.
Assim caminhamos, veremos as cenas dos próximos capítulos, como bem sugeriu Leandro Cocicov, em artigo recente publicado no jornal Tribuna Livre: "Por que a TV Senado não vende a sua novela também?".
Cocicov citou Odorico Paraguaçu, personagem interpretado brilhantemente por Paulo Gracindo na década de 70, e comparou os "exemplos maravilhosos" que desfilam pela TV Senado, um verdadeiro "time de coroné".
Em dezembro de 1963 o senador Arnon de Mello ( pai de Fernando Collor de Mello)no plenário do Senado Federal sacou de uma arma e atirou no senador Péricles Silvestre. Errou o tiro e matou o senador José Kairalla do estado do Acre. Diante de um plenário atônito o crime passou impune. Não foi punido pela mesa do senado nem pela Justiça ( STF ). Valeu-se das imunidades parlamentares. Se assassinar alguem naquela casa não custou nada a um senador imagine se vão punir destemperos verbais. O senado romano com Catilina e Marcos Tulio Cícero parece mais ético..
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