sábado, 5 de fevereiro de 2011

No essencial e no superficial

Por considerar oportuno, reproduzo abaixo texto da socióloga e presidente da SACEA (Sociedade Amigos da Cultura, Educação e Artes), Maria Ângela D'Incao.

No essencial e no superficial
Há tempos uma proposta, através de um requerimento que envolvia cuidados com os animais de rua, passou pela nossa Câmara Municipal. Não sei exatamente quais os animais estariam incluídos ou se somente seria um posto de Controle de Zoonoses. De qualquer modo, saudei essa iniciativa através de uma nota em um artigo a este jornal.
O fato é que nada mais se falou ou se comentou sobre a aprovação da medida. Perdeu-se no esquecimento, como tantas outras.
Queremos falar hoje de uma série de denuncias, boatos ou suspeitas sobre matança, pelo poder público, de cães com atestados de leismaniose assinado por veterinário da prefeitura.
Não se tem dados para julgar a não ser os relatos de pessoas que perderam seus cães. O que é plausível afirmar é que a população não está confiando nesses atestados e está apavorada com a morte de seus animais. Há quem diga que também não se viram os atestados e que somente foram informados que sobre a contaminação e o animal foi levado para à morte. Parece que teve papel na retirada do animal da casa a timidez do cidadão simples perante uma autoridade municipal. Outros, diferentemente, reagiram e não entregaram o animal, procurando outras opiniões ou exames de sangue.
Essa noticia e gritaria vem desde o ano passado. Um blog, dos mais lidos na cidade, chegou a veicular, dia primeiro de fevereiro, discussão e dúvidas de cidadãos sobre essa prática.
Seria bom lembrar ao leitor que desde 17 de abril de 2008 existe lei (12. 916/08), proposta pelo deputado Feliciano Filho, que proíbe a matança indiscriminada de animais, no Estado de São Paulo, tanto em Centros de Zoonoses como em canis. É crime, portanto. Mesmo com alguma doença, o animal pode ser submetido a tratamento e reagir positivamente a ele.
Não vou me alargar nesses comentários, porém, sem duvida, essa questão pode ser investigada pela Promotoria ou por algum cidadão que se sinta lesado em seus direitos, uma vez que um animal de estimação é também um quase-membro da família.
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O que chama a atenção neste episódio é que ele se junta a outros que passaram pela Câmara e que a resposta do prefeito não foi pronta. Não foi uma única vez que algum vereador precisou cobrar e reclamar posição do executivo.
Existe, se pudéssemos procurar uma figura de linguagem para a situação, um quase-autismo na administração pública de Venceslau. Ofícios são enviados e não há respostas. Há, como no autismo humano, uma dificuldade de se relacionar com os interlocutores. Esta parece ser a situação que vivemos nesta administração.
Isso é mal para a cidade, pois dá a sensação a muitos que, de fato, não há vontade política na administração. Somente promessas que os encontros do Prefeito com políticos em Brasília ou São Paulo chegam aos nossos jornais diários.
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Importante mencionar que uma noticia local que não chegou aos diários no final do ano passado, próximo ao Natal, foi o aumento salarial dos vereadores e do prefeito para a próxima legislatura. Com todo o respeito gostaria de lembrar que um município sem dinheiro para tapar buracos, fazer funcionar a prefeitura durante todo o dia, entre outras lacunas, não pode se dar ao luxo de pagar mais de 15 mil reais a um prefeito e quase 4 mil reais a cada um de seus vereadores. Não se coloca, aqui, a questão do mérito, mas sim a questão que é de economia doméstica e de responsabilidade com o futuro da administração da cidade.
Outra notícia acobertada é o caso de um cidadão venceslauense internado com sintomas de leishmaniose, em Presidente Prudente. Por que esse comportamento administrativo pueril de esconder algo tão central a todos os que aqui vivem? Mas isso é um outro assunto.

3 comentários:

  1. ADMIRA-ME UMA PESSOA QUE SE DIZ SOCIÓLOGA TECER COMENTÁRIOS INFANTIS, BASEADOS EM BOATOS SOBRE DETERMINADO ASSUNTO.
    CABE AOS LEIGOS E DESINFORMADOS BUSCAR SOBRE O ASSUNTO PARA QUE POSSA COMENTAR SOBRE O MESMO.
    COMENTARIOS ALIENADOS E MALDOSOS SÃO RECURSOS DE PESSOAS DESPREPARADAS .
    O NÚCLEO DE CONTROLE DE ENDEMIAS DE PRES.VENCESLAU, ESTA APTO A FORNECER INFORMAÇÕES OFICIAIS SOBRE OS PROGRAMAS DE COMBATE A ENDEMIAS QUE ACONTECEM EM NOSSA CIDADE.

    AGRADEÇO O ESPAÇO.

    PAULO SOARES DE ALMEIDA CRMV-SP 3099
    MÉDICO VETERINÁRIO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE PRESIDENTE VENCESLAU
    18 3271-7900

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  2. Esse Medico da Vigilancia Epidemiologica,não cliníca já faz algum tempo e também tenho certeza que faz algum tempo que não participa de nenhum seminário sobre veterinária e sobre a leshmaniose.

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  3. Faço coro nas palavras da respeitável socióloga Maria Ângela D'Incao. Não obstante a arrogância do médico veterinário, doutor Paulo Soares de Almeida; comportamento esse de larga fama na cidade, venho lembrar aos cidadãos venceslauenses que a citada doença (leismaniose) , embora não tenha cura em animais, é tratável a ponto de não mais contaminar outros animais e/ou seres humanos e, com medicações certas e dosadas, estabiliza-se; fazendo com que o animal portador leve uma vida normal. Como explicou-me certa vez um renomado veterinário da capital, a leismaniose seria + ou - como a AIDS, ou seja, não tem cura, mas tem tratamento. Acaso então, deveríamos exterminar todas as pessoas portadoras de AIDS? Claro que não! Aí me pergunto: quem, afinal é o leigo ignorante: o veterinário desinformado ou a socióloga atualizada?

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